2024-07-17 | Notícias
O Doutor Germano de Sousa Vieira nasceu no lugar de Friães, freguesia de Silva Escura, Maia, a 26 de janeiro de 1896, e é uma figura que se mantém viva na memória de muitas pessoas que com ele privaram.
A nobreza do seu caráter, a vocação para o desempenho da profissão médica, a sensibilidade que demonstrou face às carências humanas que o rodeavam, fizeram dele uma figura lendária na nossa Terra.
Como “artista” e como amador de plantas e de flores, a sua figura ímpar também não se esbaterá facilmente da lembrança desta gente.
Era um conversador distinto, que prendia e encantava o seu auditório. As suas anedotas, sempre usadas bem “a propósito”, com elegância e maestria prodigalizavam-lhe muitos e atentos ouvintes.
O Povo recorda ainda hoje as anedotas brejeiras, de sabor popular, que vai repetindo e eternizando; conta a seu respeito histórias pitorescas, mais ou menos verídicas, mas que de modo algum visam atingir a sua figura ou diminuí-lo; a seus olhos somente o elevam, o dão a conhecer; e o “eternizam”.
Foi o último João Semana das Terras da Maia. O último médico de aldeia; o último daqueles médicos que se demoram um pouco mais em conversa com o doente; “médico dos antigos” daqueles que conheciam bem as pessoas e os pormenores da vida, das “casas de família”, da sua clientela.
Faleceu a 6 de setembro de 1970, na “Casa de Muniche”, em Gueifães, freguesia onde está sepultado. (Excerto do livro “Da vida do Médico e do Artista”, de Manuel Casal dos Santos Leite)
Um homem de paixões
Falar de Germano de Sousa Vieira é falar de paixões… pela medicina, pelos mais pobres, pelas mulheres grávidas, pela botânica, pela mulher…
Dedicava-se ao cultivo de camélias e, através de cruzamentos rigorosos, conseguiu criar uma nova variedade com caraterísticas únicas; a flor, de um vermelho vibrante e com uma textura aveludada, rapidamente se tornou uma referência entre os amantes de camélias.
Em homenagem à mulher, seu grande amor e grande apoiante do seu trabalho de botânica, batizou a camélia com o seu nome: Angelina Vieira.
Em 1975, a camélia Angelina Vieira foi apresentada numa exposição na cidade do Porto, onde recebeu um prémio de distinção e, a partir daí, tornou-se uma das camélias mais apreciadas em todo o mundo, podendo ser encontrada em diversos jardins e parques portugueses.