2022-09-21 | Cultura
ARTE URBANA E PÚBLICA PARA DESCOBRIR NA MAIA.
Na Maia a arte saiu à rua, transformando a cidade numa verdadeira galeria a céu aberto! Seja na forma de escultura, azulejos ou pintura, a arte tornou-se numa atração claramente reconhecida, pela qualidade bem como pela diversidade das obras que pode descobrir e apreciar num dia, seja de carro ou em transportes públicos.
PARTIR PEDRA
A arte é inclusiva em todos os aspetos, até na forma como pode ser uma forma de homenagear outras formas de arte. Comece a visita pela Quinta da Caverneira, arquitetura associada à tipologia de “Casa de Brasileiro”, que tem nas suas paredes a representação de “Torque”, pelo artista André da Loba, que representa movimentos de teatro e dança.
A pintura inclui ainda a representação de uma pedra – simbólica da Pedra de Ardegães, pedra do período calcolítico/neolítico que poderá visitar no Museu de História e Etnologia da Terra da Maia– que é, simultaneamente, uma referência ao afamado granito da Caverneira.
A importância da extração de pedra na Maia e dos escultores foi essencial na construção e desenvolvimento urbanístico da Maia, ao ponto de pedreiros-montantes serem homenageados na escultura por Emília Lopes (Monumento ao Pedreiro Montante), e escultores e imaginários serem representados nos painéis sobre a Terra e as Gentes da Maia, desenhados por Lima de Freitas e realizados em bronze por Jorge Coelho (Torre Lidador).
“FORMAS” DE ARTE NA FÁBRICA 3ÁS
De seguida, passe pelo Centro Empresarial AAA que resultou da reconversão da antiga fábrica de óleos de girassol AAA pelo grupo Lionesa. Para além de diversas empresas de serviços, comércio e indústria, destaca-se a presença de diferentes instalações artísticas. Aqui estão localizadas três obras de arte urbana que prometem surpreendê-lo pelas suas características únicas.
“Shaping Shape - In-Cisões-Forma”
“Shaping Shape - In-Cisões-Forma”, da autoria de Diogo Aguilar e Pedro Tudel, é uma obra com foco em três elementos espalhados de grande escala, que ocupam o espaço intersticial entre os quatro silos voltados a poente, com o objetivo de reforçar a sua autonomia funcional.
O afastamento dos planos espelhados dos planos de betão procura uma formalização tridimensional, favorecendo em simultâneo a utilização de retro-iluminação durante a noite.
“Shaping Shape - Travessa”
“Shaping Shape - Travessa”, assinada por Fahr 021.3 e Dalila Gonçalves, utiliza grampos de ferros de diferentes tamanhos e orientações, que foram cravados nas reentrâncias dos quatro silos em alusão aos elementos de sustentação utilizados em arquitetura.
Estas traves agarram os diferentes cilindros tornando-os num só elemento. Com um intuito idêntico, restauradores grampeiam utensílios do quotidiano como pratos, jarros, copos e travessas.
“After Work Play”
Giana Ganassin, ilustradora italiana, realiza a intervenção artística “After Work Play” , com uma reinterpretação contemporânea dos azulejos tradicionais portugueses.
Em colaboração com o artesão Joaquim Pombal, a artista apresenta-nos cinco painéis de azulejo, totalizando 2500 azulejos pintados à mão. Com curadoria de Sérgio Alves, “After Work Play” narra a vida de um trabalhador fabril, desde o nascer ao pôr do sol, em que se questiona o equilíbrio entre o tempo de trabalho e do lazer.
MAIS DO QUE GRAFFITIS
Dirija-se agora ao Parque Central da Maia. Mesmo ao lado do Maia Welcome Center encontrará o “Grand Prix Montecarlo” de Rafi die Erste, artista maiata que se inspirou no Rali de Monte Carlo para a criação de uma pintura enquadrada no espaço de estacionamento.
PARA NÃO PERDER O “FOCUS”
Subindo as escadas e atravessando a linha do metro na direção do Fórum da Maia, avistará no jardim o “Focus”, uma estrutura de conduta em chapa galvanizada pintada de vermelho.
Trata-se de um projeto dos Moradavaga, que realiza uma reflexão sobre a perceção dos observadores sobre a realidade circundante. Nos espaços exteriores do Fórum encontrará ainda outros elementos de arte urbana, um dos quais de Rafi die Erse inspirado nas musas da antiguidade.
Quase na hora de almoço, pode ainda passar pela Zmork, escultura com 15 metros de altura que representa as forças positivas presentes na alma urbana e empreendedora da Maia. Três braços envolvem um novelo de aço e erguem-no nos ares. Robert Shad, o escultor, referiu “O espaço público não é um museu.
Nele, as esculturas entram em contacto com pessoas das mais variadas origens, opiniões e com diferentes motivações. A escultura não está exposta ao observador, ela pretende-se envolver com o observador.” Foi em associação com a empresa INDIMESA em Milheirós (Maia), que resultou a produção desta obra maciça.
A ARTE NÃO É SÓ INSPIRAÇÃO
Dirigindo-se agora ao túnel de Brandinhães pode continuar a sua reflexão sobre perceção e movimento através da obra “Labor”, de Hazul. Nesta, o artista pretendeu representar o movimento de pessoas e mercadorias que fazem este percurso diariamente. Esta obra artística pode ser observada de forma diferente tendo em conta a velocidade de passagem pelo viaduto e a direção.
Este mural foi realizado a convite da Câmara Municipal da Maia, inserido nas comemorações dos 500 anos do Foral da Maia.
ANTES DE VOAR, INSPIRE-SE
Ainda na Maia, termine o dia a visitar o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, que conta no seu espaço exterior norte com uma atração de nome “Shape - A Linha da História Foge à Linha do Tempo”. Trata-se de uma obra da autoria de Gabriela Vaz Pinheiro, que pretende refletir sobre as possibilidades de reformulação das imagens e das formas perpetrada pela cultura visual e pelos modos de produção.