2023-08-16 | Cultura
Cultura e lazer no centro da Maia.
A expressão “milagre” foi utilizada pelo Arq.º Álvaro Siza Vieira para descrever a propriedade da Quinta da Boa Vista, onde se encontra a Fundação Gramaxo! Uma propriedade com cerca de sete hectares que pertence à família Gramaxo desde o século XVII e é muito mais do que uma simples quinta. Saiba tudo aqui!
Pela sua antiguidade e relevância social, política e religiosa da família Gramaxo e com os objetivos de preservar o seu riquíssimo complexo habitacional seiscentista, fomentar as artes, o lazer e a cultura local, foi constituída em 2013 a Fundação Gramaxo.
Em pleno centro da Maia, a Fundação Gramaxo oferece um valor cultural, arquitetónico, artístico e histórico sem igual, localizada na Quinta da Boa Vista, um solar, inicialmente conhecido como Casal da Granja, que chegou à posse da família Gramaxo em 1648, é um dos maiores exemplares do passado rural da Maia tendo sobrevivido à crescente pressão imobiliária.
É aqui que, além da Casa Gramaxo irá encontrar o Parque de Lazer da Fundação. Com entrada pela Rua Nossa Senhora do Bom Despacho, este é um parque com entrada gratuita e que está aberto ao público todos os dias. Um espaço verde e de tranquilidade, equipado com mesas de pedra para um piquenique sob a sombra das árvores, perfeito também para apreciar peças de arte como os painéis de azulejos de José Emídio e “A Árvore de S. Francisco”, uma obra de João Cutileiro.
Ainda encontra um elegante Coreto, que dá nome a um restaurante dedicado às carnes maturadas e que dá outro sabor à visita. Com um interior decorado ao pormenor, o Coreto conta com paredes envidraçadas que oferecem uma vista para o parque e a cidade ao redor, e nos dias de verão convidam a jantar na agradável esplanada, para aproveitar os ares temperados do final de tarde.
Aqui também está localizada uma capela seiscentista, mesmo ao lado da casa da família. Segundo Maria de Fátima Gramaxo, a proprietária da Quinta da Boa Vista, esta não era a capela da quinta, mas sim a que estava no lugar onde foi construída a Igreja de Nossa Senhora do Bom Despacho. Mas era um desejo antigo ter uma capela junto à casa, então quando descobriu uma na zona de Vila Nova de Famalicão, com a data de 1648 (a mesma da casa), adquiriu-a e deslocou-a, pedra por pedra, para o seu local atual.
A área mais recente da propriedade foi projetada pelo Arq.º Álvaro Siza Vieira e é exatamente o espaço físico da Fundação Gramaxo. Este é um local que reflete a aposta clara num espaço concebido de raíz para receber em permanência a coleção de arte da família Gramaxo. Pintura de autores consagrados como Silva Porto, Henrique Medina, Aurélia de Sousa e Abel Salazar, entre outros, bem como mobiliário de distintas épocas e alfaias em prata.
As exposições temporárias, assim como a exposição permanente dos “Carros de Cavalos”, acrescentam valor quer pela qualidade dos artistas que apresentam o seu trabalho, quer pela ligação ao espaço e à transposição que se faz entre o edifício e a envolvente em que se insere.
Aberta ao público em 2023, com 3 exposições: "Coisas de Arte que se elevam no espelho de água”, com curadoria de Maria de Fátima Lambert. "De quantas graças tinha a Natureza" esculturas e desenhos de João Cutileiro com curadoria de Ana Cristina Pais e "Coleção de Arte de Maria de Fátima Gramaxo" com curadoria de Álvaro Siza Vieira.
A filantropia de Maria de Fátima Gramaxo, expressa no projeto e criação da Fundação, resulta numa estrutura única na Maia e na Região, onde cultura, arte, arquitetura e tradição convivem em perfeita harmonia com a natureza e o edificado, entre o campo e cidade.
“Na Maia, sorria para a vida!”